E viva o verde

Decoradores e arquitetos apostam em dicas sustentáveis para mudar a cara de um ambiente sem agredir a natureza.

Nos dias atuais, o lema que impera na sociedade é o da sustentabilidade das empresas. O mercado tem aproveitado o gancho para expor produtos que condizem com a nova proposta. No ramo da decoração não tem sido diferente. Empresa de móveis, pisos, tintas e objetos de decoração em geral têm apostado no lema ecologicamente correto para lançar seus produtos.

Nessa linha, um passo de como decorar ou reformar sua casa seria observar os produtos que pudessem atingir objetivos de quem o está comprando, sem agredir o meio ambiente. Para a arquiteta pernambucana Taciana Feitosa, vale a pena atentar para algumas dicas. Na sua opinião, o grande passo seria até mesmo inovar na construção de uma casa. “Para construirmos uma residência de alta qualidade ambiental, é necessário seguir alguns procedimentos que viabilizam uma casa ser considera ecologicamente correta, baseada na sustentabilidade. Através do telhado é possível criar meios de aproveitamento de água das chuvas, por exemplo. Trabalhando com os telhado como captadores das águas pluviais, direcionamos estas águas para um reservatório onde se filtra e trata água para reutilizarmos. Da mesma forma podemos trabalhar com o telhão para criar com ele um colchão de ar, eliminando o ar quente, facilitando a entrada de ar natural, através de ventilação cruzada”, observa a arquiteta.

Outra dica, segunda ela, seria a questão de redução do consumo, seja de água ou de energia. “Podemos também pensar em utilização solar para reduzir o consumo de energia, utilizando materiais como tijolos de solo cimento, painéis térmicos e telhas de fibras vegetais. Existem alguns grupos de pesquisadores buscando soluções para ter casas ecoeficientes. Um destes grupos é o Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo (USP) que, em 19998, construiu uma casa no Campus Universitário, cuja fonte de energia é um painel solar de 6 m² que gera 75 kw/h por mês, o suficiente para uma pequena família”, explica Ticiana.

A arquiteta também sugere adequação para a parte interna de uma residência. “Uma casa bem sombreada, através de plantibandas, espécies vegetais na fachada, recuos e sistemas de ventilação natural, somado a utilização de materiais recicláveis, traz o mesmo conceito de fora para dentro” adverte.

Dentro da casa, algumas propostas também são extremamente viáveis quando ao assunto é adequar-se ao verde. Por exemplo, no chão é interessante a escolha de um piso linóleo, pois ele é produzido com materiais naturais e renováveis. E daí entende-se piso em pedra, azulejos de vidro reciclado, cortiça, eucalipto ou qualquer madeira reciclada.

Hoje existem várias marcas no mercado de pisos ecologicamente corretos, bem como de revestimentos sustentáveis que além de serem muito bonitos, adéquam-se a essas necessidades. Um grande exemplo são os pisos da Solarium, que utiliza placas cimentícias que curam sem auxílio dos fornos tradicionais e materiais reciclados. Outras ações sustentáveis são o aproveitamento máximo da luz natural nas fábricas, uso de energia solar, reciclagem de sacaria de ráfia, papelão e ferro e uso de matéria prima reciclável em seus produtos.

A Solarium Revestimentos atua no mercado de pisos cimentícios desde 1997 e foi pioneira na fabricação ecologicamente correta de sua linha. Possui cinco unidades fabris no Brasil, localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Brasília. Seus produtos são atérmicos e antiderrapantes e podem ser aplicados tanto em ambientes internos, como salas e quartos, como externo, a exemplo de decks e jardins. Para a presidente da Solarium Ana Cristina de Souza Gomes, uma grande vantagem do piso cimentício é a sua versatilidade. “Vendemos tanto para cômodos decorados com luxo, como para locais descolados. Sem contar que pode ser aplicado em ambientes residenciais e comerciais, sempre com belíssimo resultado”, afirma.

E outro destaque que também segue esta idéia são os revestimentos da marca Ekobe Revestimentos Ecológicos, que o próprio nome já diz tudo. São pisos, paredes e mobiliários feitos de reaproveitamento de materiais extraídos da natureza.

Os produtos são fabricados a partir da casca dura do coco-da-bahia, por meio de processo desenvolvido e patenteado pela Ecom, no qual as pastilhas são produzidas sem a desintegração do endocarpo. É um produto natural, de baixo impacto ambiental, ecologicamente correto e que contribui para fixação de CO2. “O material que seria descartado acaba sendo reaproveitado pelo uso da tecnologia e valorizado com o minucioso trabaho artesanal de nossos profissionais”, afirma Guilherme Wiedman, responsável pela área comercial da Ekobe.

A idéia da Ekobe é trabalhar unicamente materiais renováveis, que são extraídos após já terem cumprido sua função na natureza. Desta forma, o novo produto terá nova vida, com um novo uso, cumprindo agora sua função de embelezar ambientes residenciais e corporativos.

Nas paredes, o interessante é fazer uso apenas de tintas ecológicas. Isso porque as tradicionais contém elevados níveis de vapores químicos que, além de nocivos à saúde, contribuem para o aquecimento global. Uma poderosa dica são as feitas a base de água ou tintas com baixo ou nenhum teor de solventes orgânicos. “Fazer uso de uma arquitetura passiva é extremamente interssante nos dias de hoje, pois diminui os custos operacionais e de impacto no meio ambiente”, ressalta Taciana.

Para os móveis, a arquiteta sugere evitar aglomerados, contraplacados ou outros compostos de madeira que normalmente tem formaldeído. “Uma dica é fazer uso no mobiliário que seja feito de madeira de demolição ou de reflorestamento, que hoje se encontra facilmente no mercado nas lojas de móveis.”

Reportagem de Ana Paula Bernades – Revista Fácil Nordeste, publicada nas página 51 e 52 da edição de Setembro de 2009.

E viva o verde! E viva o verde!