Imagem com aplicação de cobogó interno da Solarium.

Quem nunca precisou dividir um espaço, mas hesitou em erguer uma parede que bloqueasse luz, ventilação e leveza? Na arquitetura contemporânea, essa questão pode ser comum, especialmente em ambientes compactos e projetos que buscam eficiência energética e bem-estar ambiental. É nesse cenário que o cobogó interno retorna como uma solução versátil e encantadora.

Esse elemento vazado, de origem modernista brasileira, vai muito além do apelo estético: ele resolve desafios de conforto térmico, favorece a ventilação cruzada e cria jogos de sombra que transformam o ambiente ao longo do dia. E tudo isso sem recorrer a sistemas mecânicos ou fechamentos opacos. Com sua capacidade de filtrar luz, ar e de adicionar linguagem visual aos espaços, o cobogó reafirma sua relevância em projetos contemporâneos.

Neste artigo, vamos explorar por que essa solução permanece atual, os critérios técnicos que devem orientar sua especificação e quais as alternativas mais interessantes para aplicação em ambientes internos. 

O que é o cobogó interno e por que ele segue atual?

O cobogó surgiu em 1929, fruto da colaboração entre dois comerciantes e um engenheiro pernambucanos, que uniram as iniciais de seus sobrenomes para criar o nome “co-bo-gó”: Coimbra, Boeckmann e Góes. Inspirado nos muxarabis, elementos vazados de origem árabe, caracterizados por suas tramas delicadas e confeccionados em madeira, o cobogó foi idealizado para ser utilizado em sacadas e janelas, oferecendo maior privacidade sem abrir mão da ventilação e da entrada de luz natural.

Nas décadas seguintes, especialmente com a influência do modernismo de Lucio Costa, o cobogó foi elevado à categoria de símbolo da arquitetura brasileira. Oscar Niemeyer também contribuiu para consolidar esse elemento em projetos marcantes. Contudo, engana-se quem o considera apenas um traço nostálgico. 

No cenário atual, pautado por demandas de sustentabilidade, estratégias bioclimáticas e racionalização de materiais, o cobogó permanece relevante, destacando-se tanto por suas qualidades técnicas quanto por sua estética singular.

Quando aplicado em ambientes internos, ele resolve desafios que vão além da estética: compartimenta sem obstruir, filtra sem enclausurar, e contribui para a eficiência energética do edifício ao reduzir a dependência de climatização artificial. Em suma: uma peça histórica com respostas contemporâneas.

Benefícios funcionais do cobogó interno

Em projetos de interiores, cada centímetro precisa entregar mais do que ocupa. O cobogó interno, nesse sentido, é um aliado multifuncional. Ele atua como filtro, conector e modelador do ambiente, com ganhos concretos para o conforto ambiental e a performance do espaço.

Veja os principais benefícios funcionais que justificam sua escolha:

  • Ventilação permanente: sua estrutura vazada favorece a circulação natural do ar entre os cômodos, essencial para evitar mofo, reduzir umidade e garantir conforto térmico sem uso constante de ventiladores ou ar-condicionado;
  • Aproveitamento de luz natural: o cobogó permite a passagem difusa da luz do dia, o que reduz a necessidade de iluminação artificial contínua e melhora a uniformidade da claridade no ambiente;
  • Conforto térmico passivo: ao quebrar a incidência direta do sol e estimular correntes de ar internas, contribui para ambientes mais frescos e agradáveis ao longo do dia;
  • Isolamento sensorial sem clausura: compartimenta ambientes (como salas de estar e jantar, quarto e closet) sem bloqueios visuais ou fechamento total, o que amplia a sensação de espaço;
  • Durabilidade: especialmente nas versões cimentícias, as peças têm alta durabilidade, baixa absorção de água e resistência ao desgaste, sendo ideais para áreas com alta circulação ou uso diário.

Em resumo, é uma solução de linguagem arquitetônica clara que também entrega desempenho técnico. E em tempos de obras mais enxutas e multifuncionais, esse equilíbrio é decisivo.

Além da funcionalidade, o cobogó gera jogos de cheios e vazios, sombras móveis e ritmo visual. Em interiores, transforma divisórias em painéis cenográficos e valoriza transições entre estar, jantar ou circulação sem criar barreiras opacas.

Estética que organiza e valoriza o espaço

Mais do que um elemento funcional, o cobogó interno atua como componente expressivo na arquitetura de interiores. Ele transforma a forma como os ambientes se conectam, e como são percebidos.

Ao compor uma divisória, por exemplo, o cobogó não apenas separa, mas organiza visualmente a planta sem comprometer a fluidez espacial. O resultado? Ambientes mais leves, integrados e elegantes.

Continuidade com personalidade

Por sua natureza modular, o cobogó pode ser utilizado para estruturar painéis com paginações personalizadas, retas, orgânicas ou alternadas. Essa flexibilidade permite que o arquiteto traduza a identidade do projeto em linguagem tridimensional, de maneira sutil ou marcante.

Estilo adaptável

Com uma boa curadoria de forma e material, o cobogó pode se adaptar a diferentes propostas arquitetônicas:

  • Minimalistas, com modelos de desenho limpo e cores neutras;
  • Esculturais, com peças de grandes formatos e geometrias mais ousadas;
  • Afetivos, evocando referências do modernismo ou da arquitetura vernacular nordestina.

Com o uso correto, o cobogó interno deixa de ser apenas uma solução e se torna um protagonista espacial.

Materiais e acabamentos: o que considerar em interiores?

Na hora de especificar cobogós para uso interno, o material faz toda a diferença, tanto no desempenho quanto na estética. Além de influenciar peso, resistência e manutenção, a escolha define como o elemento se comporta em relação à luz, à textura e à durabilidade.

Cimentício: versatilidade com alto desempenho

Os cobogós cimentícios, como os desenvolvidos pela Solarium, se destacam por sua resistência estrutural, estabilidade dimensional e variedade de acabamentos. São ideais para ambientes internos porque:

  • Não empenam nem dilatam com variações de temperatura ou umidade;
  • Permitem pintura ou uso no tom natural do cimento, criando uma estética contemporânea e atemporal;
  • Podem ser aplicados em painéis contínuos, com reforço estrutural conforme o projeto (uso de barras metálicas e argamassa colante).

Cerâmica: leveza e variedade de cores

Mais leves que os cimentícios, os cobogós cerâmicos oferecem uma gama ampla de cores e acabamentos, incluindo versões esmaltadas com brilho. São indicados para espaços que priorizam a estética e onde não há exigência de grande robustez.

Mas atenção: cobogós cerâmicos esmaltados podem ser mais frágeis e devem ser evitados em áreas sujeitas a impacto ou umidade constante.

Outras opções

  • Concreto aparente: traz um ar industrial e brutalista, mas exige reforço estrutural pelo peso;
  • Madeira ou MDF vazado: indicados apenas para áreas secas e de pouco manuseio, mais comuns em soluções decorativas temporárias.

Para aplicações técnicas e permanentes, o cimentício se mostra a escolha mais segura, especialmente quando a durabilidade, a estética arquitetônica e a compatibilidade com projetos de iluminação e paginação estão em jogo.

Como escolher o cobogó certo para uso interno

Não basta gostar da forma, escolher um cobogó para interiores envolve critérios técnicos e estéticos que garantem segurança, desempenho e coerência com o restante do projeto. A seguir, alguns pontos-chave para orientar essa decisão.

Dimensões e modulação do espaço

Cobogós são elementos modulares, ou seja, devem ser pensados em conjunto com o vão disponível, evitando recortes ou encaixes improvisados. Verifique: altura e largura do painel em múltiplos da peça, espaçamento entre unidades e rejunte visível ou oculto e a compatibilidade com forros, rodapés ou outros revestimentos da parede.

Nível de transparência e permeabilidade visual

Cada modelo tem um padrão de vazado distinto, o que influencia diretamente a incidência de luz e o grau de abertura visual. Em áreas como home offices, cozinhas integradas ou corredores, isso impacta tanto na ambiência quanto na funcionalidade.

Modelos com tramas mais fechadas suavizam a luz e criam maior separação sensorial; já os mais abertos ampliam a sensação de espaço e permitem maior integração.

Integração com iluminação e mobiliário

O efeito de luz e sombra gerado pelos cobogós muda ao longo do dia, e pode ser potencializado por luminárias embutidas, spots e arandelas direcionadas. Além disso:

  • Use paginações verticais para alongar paredes baixas;
  • Explore paginações alternadas ou assimétricas em projetos com estética mais artística;
  • Considere a cor da peça (branca, cinza, pigmentada) em harmonia com os tons do mobiliário.

Linhas de cobogós Solarium para interiores

A Solarium oferece um portfólio de cobogós cimentícios que combinam design autoral, desempenho técnico e linguagem contemporânea. Com geometrias distintas e acabamento de alto padrão, as linhas foram pensadas para se adaptar a diferentes escalas e estilos de projeto.

Cobogó Morris

Aplicação cobogó Interno Morris.

A linha Cobogó Morris, idealizada pela arquiteta Vivian Coser, combina influências distintas para criar um design único. Inspirada nas curvas marcantes da arquitetura limpa de Carlo Scarpa e na arte vibrante, intensa e colorida de Sarah Morris, a linha traduz essas referências em um equilíbrio entre curvas suaves e retas bem definidas, oferecendo uma estética sofisticada e versátil para projetos contemporâneos.

Cobogó V

Assinado por Zanini de Zanine, esse modelo traz formas diagonais que criam efeitos de sombra em movimento, acompanhando o sol ou a luz artificial. Com forte apelo escultórico, o Cobogó V é indicado para projetos que valorizam o design como protagonista, seja em uma parede de circulação ou como fundo para um mobiliário importante.

Cobogó Luna

A linha Cobogó Luna oferece diversas possibilidades de paginação para o elemento vazado, permitindo composições únicas e criativas. Sua inspiração surgiu a partir de uma pesquisa sobre os efeitos visuais gerados pela superposição de formas côncavas e convexas de um mesmo objeto, resultando em um design que combina funcionalidade com estética sofisticada.

Todas essas linhas são produzidas com tecnologia própria da Solarium, que garante peças de alta resistência, excelente acabamento e possibilidades de personalização, tanto na paginação quanto no tom da superfície. São soluções pensadas para arquitetos que buscam integrar forma e função em cada escolha de projeto.

Quer saber mais sobre essas e outras soluções da Solarium? Fale com um especialista. 


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