A arquiteta Kimberly Dowdell foi eleita para presidir o American Institute of Architects (AIA), no ano de 2024. Ela será a 100ª presidente do AIA e a primeira mulher negra a comandar a organização, extremamente relevante para a área. 

Essa conquista nos inspirou a trazer alguns nomes de arquitetas mulheres importantes para a história e que você precisa conhecer: embora elas correspondam a 64% dos profissionais do setor no Brasil, suas narrativas são muitas vezes invisibilizadas. Continue a leitura e saiba mais sobre esse assunto! 

1. Kimberly Dowdell 

Membro da instituição desde 2007, Dowdell se formou em arquitetura em 2006, na Universidade de Cornell, no estado de Nova York (EUA). Com especialização em Administração Pública na Universidade de Harvard, em 2015, hoje é diretora de marketing do escritório HOK Architects. Sua atuação se destaca pelos projetos de voluntariado no AIA, participando de comitês e forças-tarefas que lhe renderam o prêmio Young Architects em 2020.

Kimberly Dowdell. Foto: Reprodução – Architect Magazine

2. Arinda da Cruz Sobral

Nascida em 04 de agosto de 1888, foi professora da Prefeitura do Distrito Federal e a primeira mulher brasileira formada no curso de arquitetura, em 1914. Responsável pelo primeiro projeto feito por uma mulher em nosso país: a Capela São Silvestre, finalizada em 1918, no Rio de Janeiro. O edifício está localizado em uma área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e, apesar disso, a autoria de Arlinda foi sempre esquecida na história oficial. 

Só para se ter uma ideia, ela nunca recebeu os devidos créditos, nem mesmo em registros oficiais – uma realidade que está sendo mudada por meio da pesquisa da historiadora Camila Belarmino.

Arinda da Cruz Sobral. Foto: Divisão de Iconografia – Fundação Biblioteca Nacional.

2. Carmen Portinho 

Nascida em Corumbá (MS) em 1903, foi a terceira mulher brasileira a se formar em engenharia, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também se graduou em urbanismo. 

Conhecida pelo estilo vanguardista e modernista impresso em suas obras, ajudou a fundar a Associação Brasileira de Arquitetas e Engenheiras, com seus trabalhos mais relevantes sendo a participação na construção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o projeto da Escola Superior de Desenho Industrial e do conjunto residencial Pedregulho, no bairro carioca de São Cristóvão. Além disso, destacou-se por sua atuação na luta feminista, reivindicando o direito ao voto das mulheres em 1919. 

Carmen Portinho em frente ao Museu de Arte Moderna do RJ.  Foto: Arquivo Nacional / Reprodução. 

3. Dora Alcântara 

Carioca, Dora é uma grande referência pelos seus estudos sobre a azulejaria nacional, dedicando a sua carreira ao ensino e à preservação do patrimônio nacional. Graduada em 1957 na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual FAU/UFRJ, ela foi também professora universitária e participou de obras pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Ganhou o Colar de Ouro em 2019, sendo a segunda mulher da história a ganhar esse prêmio, concedido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Dora Alcântara. Foto: Reprodução CAU/RJ. 

4. Lina Bo Bardi 

De origem ítalo-brasileira, foi uma das mais expressivas na arquitetura brasileira do século XX. Após a Segunda Guerra Mundial, conheceu seu marido, o crítico e historiador de arte Pietro Maria Bardi, com quem se mudou para o Brasil. 

Passou a viver no Rio de Janeiro, onde expandiu suas influências, mas consolidou seu papel na arquitetura moderna, quando passou a viver em São Paulo e a dirigir o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). 

Ela compreendia a cultura brasileira pelo viés antropológico, atenta à convergência entre vanguarda estética e tradição popular.  Em 1950, fundou a revista Habitat e, em 1951, projetou sua própria residência, a Casa de Vidro, no bairro Morumbi/SP. Em 1957, começou a construir a nova sede do MASP, na Avenida Paulista, obra mais emblemática da sua carreira.

Lina Bo Bardi. Foto: Ioana Marinescu,Instituto Lina Bo e P.M. Bardi

5. Julia Morgan 

Pioneira na história da arquitetura, a norte-americana Julia Morgan (1872-1957) foi a primeira mulher licenciada a trabalhar com arquitetura na Califórnia. 

Ela tinha seu próprio escritório, onde desenvolveu projetos de arquitetura residencial, marcada pela forte influência da Escola de Belas Artes de Paris, onde foi a primeira aluna mulher aceita pela instituição. Seus trabalhos apresentavam tons terrosos, vigas de sustentação expostas e elementos que se fundiam com a paisagem. 

Em 2014, Julia Morgan foi postumamente condecorada com a medalha de ouro do AIA, sendo mais uma vez a primeira mulher a ganhar o mais importante reconhecimento na esfera da arquitetura nos Estados Unidos.

Julia Morgan. Foto: Reprodução – The Chronicle/ArchDaily

6. Zaha Hadid

Zaha Hadid (1950-2016) recebeu enorme reconhecimento por ser a primeira mulher a conquistar o Prêmio Pritzker, em 2004, considerado por muitos o “Nobel da arquitetura”. 

Nascida em Bagdá, no Iraque, ela desenvolveu diversos trabalhos pelo mundo e é conhecida por exibir as formas orgânicas e singulares dos espaços, com características que marcaram a arquitetura contemporânea. 

Seus trabalhos mais aclamados são a Casa de Opéra Guangzhou e o Galaxy Soho, localizados na China, além do Museu de Riverside, construído na Escócia para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Zaha Hadid. Foto: Reprodução – Zaha Hadid.

Na Solarium, temos orgulho de contar com a arquiteta e fundadora da marca Ana Cristina de Souza Gomes, e as arquitetas Fernanda Marques e Vivian Coser, além das designers Ana Maldonado, Heloisa Crocco e Renata Rubim

São mulheres talentosas, que assinam linhas exclusivas de produtos da empresa e fazem parte da nossa história. Reconhecemos o trabalho pioneiro e de excelência das mulheres na arquitetura e no urbanismo, que são inspiração diária para novas criações.